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VÍDEO: com a seca, nível de barragem preocupa moradores e dificulta treinos de canoístas

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Foto: Renan Mattos (Diário)
Área que costumava ficar cheia de água antes da seca, e onde os atletas da Asena treinavam

O mês de abril vai chegando ao fim e, mais uma vez, o nível de chuva deve ficar abaixo da média em Santa Maria. De acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a cidade registrou, até ontem, 34,6 milímetros de chuva. Se não chover até a virada do mês, isso corresponderia apenas a 20,3% da média histórica de abril, que é 170 milímetros.


A seca, que já ocorre desde dezembro, traz prejuízos bilionários para a agricultura e diminuiu o nível de rios e barragens da Região Central. Na barragem DNOS, localizada no Bairro Campestre do Menino Deus, em Santa Maria, o nível baixo trouxe mais um problema: a falta de local para treinamento de canoístas da Associação Santa-Mariense de Esportes Náuticos (Asena). O ponto onde o grupo costuma treinar é um dos mais afetados e, em boa parte do local, já é possível ver até mesmo o solo, como é o caso do trapiche que antes ficava dentro d'água e agora está no seco.

O coordenador da Asena, Givago Ribeiro, estima que a equipe tenha ficado mais de 30 dias sem treinar no local, inicialmente por causa da seca e, depois, também por causa de restrições pela pandemia do coronavírus.

_ É muito triste ver a barragem assim, principalmente para quem vive lá perto e sempre treinou lá _ conta ele, que lembra ter visto nos últimos anos outras duas secas que afetaram o DNOS de forma semelhante: em 2003 e 2006.

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style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">Conforme Givago, um grupo de oito atletas pré-olímpicos voltou à rotina de treinamentos, mas precisa caminhar cerca de 1 quilômetro da sede da associação, carregando a canoa, até um trecho onde o nível de água ainda é mais alto. De acordo com a atleta Mariane dos Santos Silva, o nível baixo da barragem prejudica os treinamentos.

_ Como somos competidores de velocidade, precisamos de um treinamento mais contínuo, mais longo, para trabalhar a resistência. A seca atrapalha isso, porque estamos fazendo voltas mais curtas _ relata a canoísta, que voltou aos treinos na última semana, mesmo com o adiamento dos Jogos Olímpicos. 

Além dos problemas que a falta de chuva acarreta, o coordenador da Asena relata que o lixo jogado nas margens é um dilema frequente. Ele faz um apelo pela preservação aos moradores da cidade:

_ Agora, com a estiagem, o pessoal que vai pescar, acampar ou passear por lá acaba tendo acesso a outras áreas pela margem, que, antes, não era possível. Com isso, a gente vê que surge mais lixo, que essas áreas verdes que antes eram preservadas, já estão sendo afetadas. Falta muita consciência, infelizmente. 

CORSAN GARANTE QUE NÃO VAI FALTAR ÁGUA
Nas últimas semanas, cresceu a preocupação da população sobre um possível desabastecimento de água em Santa Maria por causa da seca. O superintendente regional da Corsan, José Roberto Epstein, no entanto, garante que não deve faltar água no município.

_ Embora o cenário da estiagem na região seja preocupante, o abastecimento segue dentro da normalidade e não há risco de faltar água ou precisar racionar. Os níveis continuam baixando todos os dias, mas, agora, já em um ritmo menor do que a gente percebia há algumas semanas, até porque houve uma diminuição das temperaturas. Antes, o calor fazia a água evaporar ainda mais rápido _ destaca. 

Santa Maria é abastecida por três barragens. A maior delas, a Rodolfo Costa e Silva (que fica em Val de Serra, interior de Júlio de Castilhos), tem 28 metros de altura e está cerca de 4,8m abaixo no nível normal _ Epstein estima que, por dia, haja uma redução de cerca de 6 cm. Já a barragem do DNOS está cerca de 2,7 metros abaixo do nível.

_ Ainda que não se fale em racionamento, o pedido é sempre para que seja feito um consumo consciente dá água, até porque não se sabe quando vai voltar a chover regularmente. Claro que, com essa pandemia, os hábitos de higiene precisaram aumentar, o que também aumenta o consumo _ alerta Epstein. 

Mesmo que chova em breve, a recuperação de rios e reservatórios de água vai demorar alguns meses. Para uma normalização no nível, são necessárias chuvas bem distribuídas e regulares de, pelo menos, 30 milímetros por semana. 

*Colaborou Janaína Wille

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